domingo

no-tv

quando a hbo escala tom hanks, david simon e martin scorsese em uma única temporada é porque a situação está complicada.

há cinco anos, ninguém imaginaria que o reinado da tv a cabo seria ameaçado. com o fim das maiores séries do canal (sex and the city, the sopranos, the wire) e apostas duvidosas (john from cincinatti, rome, hung), a hbo abriu a porteira para amcs e showtimes. para se ter uma ideia, em 2008, pela primeira vez na década, nenhuma série do canal foi indicada à categoria principal do emmy. mas amc, fx e showtime estavam lá.

2010 parece ser o ano da retomada. começou em grande estilo, com the pacific, já favorita para pelo menos 10 emmy este ano. em abril tem treme, logo mais boardwalk empire e mais para frente bill condon, david fincher, kate winslet, jonathan demme, michael mann e kathryn bigelow.

é a velha lei da oferta e procura. a concorrência deve ter feito um bem danado à hbo.

sábado

10 filmes para 2010

10. the a-team
direção: joe carnahan
com: bradley cooper, sharlto copley, liam neeson, patrick wilson.

tem tudo para ser uma bomba, mas o elenco é tão bacana e o trailer tão divertido e sem pretensões que talvez renda um filme de ação três estrelinhas.

09. iron man 2
direção: jon favreau
com: robert downey jr, scarlett johansson, sam rockwell, mickey rourke.

gostei do primeiro, mas estou longe de achar aquela maravilha toda. salva-se muito pelo carisma inegável do downey jr.

08. black swan
direção: darren aronofsky
com: natalie portman, mila kunis, vincent cassel, winona ryder.

natalie portman. e mila kunis. se pegando.

07. shutter island
direção: martin scorsese
com: leonardo dicaprio, michelle williams, mark ruffalo, ben kingsley.

scorsese. period.

06. greenberg
direção: noah baumbach
com: ben stiller, jennifer jason leigh, rhys ifans, brie larson.

forte candidato ao título de queridinho indie do ano. mostra ben stiller como o personagem-título, um à toa convicto. a trilha é do james murphy, do lcd soundsystem (all my friends já toca no trailer).

05. tropa de elite 2
direção: josé padilha
com: wagner moura, seu jorge, andré ramiro, milhem cortaz.

sequência desnecessária, até que me provem o contrário. vai ser pelo menos mais um showcase para o wagner moura.

04. the green hornet
direção: michel gondry
com: seth rogen, cameron diaz, christoph waltz, tom wilkinson.

curioso, no mínimo. quero muito ver o que o michel gondry vai aprontar com isso.

03. somewhere
direção: sofia coppola
com: stephen dorf, elle fanning, michelle monaghan, benicio del toro.

miss coppola ainda está para me decepcionar e por isso sempre estará nas minhas listas de mais aguardados. dessa vez o nepotismo é assumido e mr. phoenix himself fará a trilha.

02. you will meet a tall dark stranger
direção: woody allen
com: naomi watts, anthony hopkins, antonio banderas, anna friel, josh brolin.

woody allen em sua melhor fase, novamente em londres, na companhia desse elenco maravilhoso. quero mais nada da vida.

01. inception
direção: christopher nolan
com: leonardo dicaprio, marion cotillard, ellen page, michael caine, cillian murphy.

o trailer é excelente, o elenco estelar e o roteiro misterioso só ajuda a aumentar o hype.
e vamos apagar the dark knight do histórico do christopher nolan e lembrar dele como o diretor de memento e the prestige, shall we?

terça-feira

mgmt

burn notice é uma das minhas 'séries de verão' preferidas. divertida e sem grandes pretensões, se divide direitinho entre os casos da semana e a (a esta altura longa) mitologia que envolve a demissão do personagem principal.

já se foram três temporadas e a teia de personagens foi aumentando, a história foi crescendo, meu déficit de atenção se agravando e as respostas vão sendo dadas em doses bem moderadas.
e justamente por acompanhar a série há três anos, aprendi a ter paciência. gosto do quebra-cabeça que vai sendo montado (ou desmontado), dos vilões da temporada (que desta vez se multiplicaram) e da transformação dos coadjuvante em personagens principais - não dá mais para viver sem fiona e maddy.

a terceira temporada chegou ao final na semana passada e pelo segundo ano seguido a peça principal do season finale foi a chamada management (ou 'gerência'). e foi curioso ver o michael fazendo exatamente o oposto da vez passada: indo atrás dos poderosos, juntando poderes e se entregando no final.

e se eu tivesse que apostar, diria que a tal gerência deve exercer um papel ainda mais fundamental e ativo na próxima temporada. eles não iam escalar um ator do calibre do john mahoney só para fazer ponta em season finales.

a quarta temporada de burn notice estreia em junho no usa.
season finale por michel arouca.
entrevista com matt nix no what's alan wathcing?

sábado

oscar!

filme: the hurt locker

hype!

direção: kathryn bigelow

woman!

ator: jeff bridges

comeback!

atriz: meryl streep sandra bullock

27 years! miss congeniality?

ator coadjuvante: christoph waltz

bingo!

atriz coadjuvante: mo'nique

black!

roteiro original: the hurt locker

war!

roteiro adaptado: up in the air precious

witty! black?

filme estrangeiro: un prophete el secreto de sus ojos

french! argentinian?

animação: up

pixar!edição: the hurt locker

headache!

fotografia: the hurt locker avatar

more headache! black light?

direção de arte: avatar

shiny things!

figurinos: the young victoria

sandy powell!

trilha original: up

'married life'!

canção original: 'the weary kind'

haven't listen to any of the others!

efeitos visuais: avatar

blue giant people!

maquiagem: star trek

pointy ears!

edição de som: avatar the hurt locker

noise! noiser?

mixagem de som: the hurt locker

noiser!

domingo

how to make it (work) in america

how to make it in america é mais uma comédia low profile da hbo. mais até que a última (que eu assisti), bored to death, que ainda tinha algumas estrelas no elenco.

vendida como um entourage de new york (a equipe é bem semelhante), a série acompanha dois amigos que tentam alcançar o sucesso com uma marca de jeans. como nunca vi um episódio sequer de entourage e how to make it está apenas em seu segundo, fica difícil dizer se as comparações conferem.

mesmo sob estas circunstâncias, diria que não, não conferem. enquanto nunca tive a menor vontade de assistir a um episódio de entourage (tudo parecia over, exagerado), logo no primeiro episódio a prima pobre do brooklyn me conquistou.

o piloto não é nem de longe a melhor coisa que já vi nos últimos tempos, apesar da produção mega caprichada (adorei a edição, com fotos lindíssimas usadas como imagens de corte); o elenco é competente, principalmente o victor rasuk e o luis guzman, enquanto bryan greenberg e lake bell ficam naquele meio termo.

ainda assim, fiquei com muita vontade de acompanhar e saber o que vai acontecer. o bom desse tipo de série é que por não estar esperando nada, tudo pode te surpreender. sendo uma série da hbo, tudo significa, de fato, tudo.

e por mais explorada que seja, a combinação moda + new york continua fascinante, principalmente sob uma perspectiva masculina.

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how to make it in america, domingos na hbo.
site.
facebook.
opening credits no youtube.

sábado

a terceira temporada de mad men em...

um episódio: my old kentucky home (escrito por matthew weiner & dahvi waller, dirigido por jennifer getzinger)

não necessariamente o melhor, mas o mais importante. introduz os dois pivôs da temporada: connie hilton, o milionário excêntrico que usa e abusa dos serviços do don e henry francis, que faz betty jogar tudo pro alto e devolver os 10 anos de traição do marido. e mais: pete e trudy dançando loucamente, joan tocando linda e tristemente e roger na cena mais racista da série até o momento (o anderson comentou sobre o episódio aqui).

uma fala: 'i want to take you into that bedroom, lock the door, take your clothes off with my teeth, throw you on the bed and give you a go-around like you've never had' (duck phillips em seven twenty three)

oh, duck. como resistir a tanto charme?

uma cena:

eu sei que todo mundo amou o guy perdendo o pé, mas para mim mais cruel que isso foi ver a professorinha saindo do carro depois de horas e horas de espera, enquanto o mundo dos draper caía dentro de casa.

um diálogo:

don: do you know why i don't want to go to mccann?

peggy: because you can't work for anyone else?

don: no. because there are people out there who buy things, people like you and me. and something happened - something terrible. and the way that they saw themselves... is gone. and nobody understands that. but you do. and that's very valuable.

peggy: is it?

don: with you or without you, i'm moving on. and i don't know if i can do it alone. will you help me?

peggy: what if i say no? you'll never speak to me again?

don: no. i will spend the rest of my life trying to hire you.

virou tradição: finais de temporada têm que ter uma cena espetacular envolvendo a personagem mais interessante da série (sorry, don). desta vez, explorando a relação que eu mais gosto entre todas as relações que mad men explora. não é à toa que os outros dois diálogos considerados também envolviam os dois (peggy se perguntando se aquele não era o momento dela e don descontando o inferno que sua vida virou na pobre coitada). a difereça é que nenhum desses dois me fez chorar.

um gif:

i don't even have an opinion.

uma atuação: jared harris como lane pryce

um dos melhores atores a aparecer na televisão americana no último ano (see also: fringe) em uma performance consideravelmente pequena e ao mesmo tempo de roubar qualquer cena. e roubar a cena em um elenco desses não é fácil. que bom que ele, embeth davidtz e seus sotaques impecáveis continuam na próxima temporada.

(ilustrações)

terça-feira

rec

quatro pensamentos que tive que verbalizar durante a sessão de paranormal activity, que junta dois dos meu gêneros cinematográficos preferidos: câmera subjetiva e terror sobrenatural (nada muito revelador, mas se não viu, não leia):

01. como (e pra quê?) essas pessoas sustentam uma casa tão grande?

02. por que essas pessoas insistem em não sair de casa (eu entendo que o problema é com a katie e não com o local, mas porra, vai passear, almoçar no shopping, ver um filme... talvez iniba um pouco o demônio)?

03. por que, sendo atormentados por um demônio, essas pessoas não acendem a luz quando são acordadas durante a madrugada?

04. essa menina não é a cara (e a voz) da jenna fischer?

como eu falei, câmera subjetiva + terror são dois dos meus gêneros preferidos. sou isca fácil, cago de medo e adoro a manipulação do ambiente que a câmera em primeira pessoa proporciona. mas para isso funcionar, precisa de um bom roteiro. o que paranormal activity não tem. as cenas diurnas são um saco e as noturnas, quando a ação deveria acontecer, raramente cumprem o que é prometido e sempre caem nos clichês do gênero.

mas o filme até tem alguns méritos: a função do micah, de provocar a 'entidade' funciona direitinho, até diverte e durante as cenas capturadas de madrugada, o fastforward utilizado até alguma coisa acontecer é uma maravilha e quando o timer voltava para a velocidade normal, a tensão era grande.

depois de mais de uma hora de filme, todas as minhas esperanças para algo que justificasse os 'o filme mais assustador da década!' e 'não assista sozinho!' foram depositadas no final (que custa a chegar). e... decepção. o final (o cinematográfico pelo menos, parece que tem mais alguns alternativos por aí) é tudo aquilo que você já viu em uma dúzia de filmes de terror. e o textinho que segue após a cena final é de dar risada de tão ridículo.

é mais um desses fenômenos (no pun intented) que você sai do cinema sem entender o porquê de ter acontecido.